quarta-feira, 16 de abril de 2014

88 em caricatura

Já incorporada ao cabeçalho do site a caricatura do meu carro no Campeonato Brasileiro de Turismo. Diferente das outras vezes em que ilustrações estiveram no cabeçalho, o autor da imagem dessa vez foi Ararê Novaes, que desenvolve um trabalho muito bem feito nesse ramo, produzindo desde ilustrações realistas até caricaturas como esta:



Ficou linda demais! Você encontrará essa caricatura nos meus materiais que serão produzidos em breve, como adesivos e camisetas...

No site do Ararê você encontra mais obras, vale a pena conferir: http://ararenovaes.blogspot.com.br/

domingo, 13 de abril de 2014

De baixos, a altos, a baixos



Se o dia de ontem foi de altos a baixos, posso definir o dia de hoje de maneira bem semelhante: na 3ª corrida do campeonato, saí de uma posição negativa para uma situação ótima, que acabou não sendo concretizada por conta de um acidente a apenas 2 voltas do fim, em uma tentativa de ultrapassagem que valia um lugar no pódio.

Após o tenso Sábado, a equipe Rsports trabalhou até de madrugada para assegurar que tudo no meu carro número 88 estivesse verificado e pronto para a corrida. Apesar da ainda estranha aparência, meu Stock Car estava novamente com a mecânica perfeita, o que me deixou bem animado e com expectativas de uma excelente prova de recuperação – largando da 8ª posição em um circuito muito técnico e complicado para ultrapassagens, eu precisaria de um carro rápido e bastante consistente para conquistar posições e alcançar um bom resultado.

Neste Domingo, muito frio e de céu claro, sem chances de chuva, alinhei meu carro na posição ontem conquistada. Um ponto que eu sabia ser essencial nessa prova era a largada: me concentrei para, partindo da 4ª fila, por fora, conseguir ter boa reação no apagar das luzes vermelhas, bem como escapar das confusões de largada comuns no pelotão intermediário. Felizmente, meus objetivos foram cumpridos, minha estratégia para a largada funcionou e, após o contorno da travada primeira curva de Santa Cruz do Sul, eu já havia ganhado 2 posições.


Ocupando a 6ª posição e logo atrás do meu principal adversário, líder do campeonato, começamos todos um jogo de paciência. Como já era esperado, poucos arriscaram ultrapassagens em um primeiro momento e, assim sendo, os 8 primeiros formaram, por bastante tempo, um pelotão bem compacto e sem muita ação. Após algumas voltas nessa fila, vi uma brecha em um movimento do 5º colocado, mas minha tentativa de ataque não teve resultado e tive que colocar duas rodas na grama para evitar um acidente. Mais tarde, foi a vez do 5º colocado tentar uma ultrapassagem, também mal sucedida – aproveitei o erro e tomei sua posição.

Na metade da corrida, ainda ocupando a 5ª colocação, no pelotão de ponta, relarguei mal após uma entrada do Safety Car e acabei sendo surpreendido com um ataque do 6º colocado que me fez perder 2 posições. Voltei a me concentrar em encontrar oportunidades de ultrapassagem e, assim, retomar minha recuperação; e a primeira oportunidade veio quando o piloto que ocupava a 3ª colocação perdeu o controle do carro – consegui desviar sem perder muita velocidade e, assim, em um belo movimento, com metade do carro na grama, me posicionei por dentro em relação ao meu companheiro de equipe para ganhar a 5ª colocação. Na volta seguinte, foi minha vez de surpreender o líder do campeonato na freada que sucede a reta principal do circuito e ultrapassá-lo, passando a ocupar a 4ª colocação.
 
Considerando minha ruim posição de largada, ter alcançado a 4ª colocação já era um grande mérito de toda a equipe e representava um ótimo resultado – além de ser uma boa posição, eu já estava a frente de todos os meus adversários diretos no campeonato. Meu carro, entretanto, chegou ao final da prova com um desempenho ainda muito bom, bem superior ao dos meus adversários, e naturalmente passei a atacar o 3º colocado em busca de uma posição que seria ainda melhor e me garantiria um lugar no pódio. Pressionei por algumas voltas até que, enfim, meu adversário errou. Foi quando começou o movimento que acabou encerrando minha corrida.



O piloto que ocupava o 3º lugar perdeu o ponto de freada na primeira perna da chamada “Curva da Bota” e se posicionou muito mal para a segunda perna. Cheguei com muito mais velocidade e, inevitavelmente, aproveitando a oportunidade, me posicionei por fora em relação ao meu adversário para contornar a segunda perna. Com um carro bem mais inteiro, se tudo corresse bem era completamente possível fazer o contorno naquela condição e me manter por fora até a próxima curva para a esquerda, quando eu teria a preferência e poderia concluir a ultrapassagem com tranquilidade. Na saída da “Bota”, entretanto, em um movimento antidesportivo, o 3º colocado não me deixou espaço na pista, me levando a colocar duas rodas na grama. Quando voltei ao asfalto, sem aderência, acabei perdendo o controle do carro e rodando. Para completar, parado no meio da pista, ainda fui atingido pelo meu companheiro de equipe, que vinha logo atrás.


No fim das contas: fim de uma excelente prova para mim, prova comprometida para meu companheiro de equipe e muitos danos para a Rsports. É decepcionante que uma corrida batalhada seja encerrada dessa maneira, mas faz parte do automobilismo. Felizmente, além de ninguém ter se machucado, já estávamos a apenas 2 voltas do fim e consegui marcar alguns pontos que me fazem estar, apesar de tudo, na 3ª colocação do campeonato. Estamos apenas no início, ainda temos 9 corridas pela frente e o título é muito possível.

Agradeço muito a todos que manifestaram sua torcida (e inevitável indignação) por mim. Em especial, parabenizo e agradeço também a toda a equipe Rsports pelo duro trabalho neste fim de semana. As  próximas corridas acontecem nos dias 31 de Maio e 01 de Junho, em um fim de semana de rodada dupla em Goiânia. E garanto: trabalharemos muito para que essa etapa seja pra acabar com o pequi do Goiás!


sábado, 12 de abril de 2014

Dia de altos a baixos


Tive neste Sábado, aqui em Santa Cruz, um dia que começou com resultados extremamente positivos e promissores, mas teve um fim longe do esperado por conta de um acidente no treino e um problema que em muito nos prejudicou na Classificação.

Ao contrário de ontem, hoje as atividades do Campeonato Brasileiro de Turismo começaram logo no início da manhã – invertemos a ordem, passei a integrar o grupo 1 e às 8:50 já estava na pista para o primeiro treino livre. Dessa vez com pista seca, fui buscar os limites nessa nova condição e tive sucesso. Apesar de uma pequena deficiência no setor 2, me senti muito confortável com o acerto desenvolvido pela Rsports no circuito gaúcho e consegui dominar o treino considerando os demais trechos da pista.


Fomos aprimorando, eu e o carro, no decorrer da sessão, de forma que liderei praticamente todos os 40 minutos de prática. A aproximadamente 10 minutos do fim, entretanto, acabei passando da conta na busca pelo limite extremo e paguei o preço por essa ação: perdi o controle do carro em um trecho de média velocidade e, quando encontrei a grama ainda úmida da pista recém seca de Santa Cruz do Sul, acabei ganhando ainda mais aceleração antes de um impacto contra a barreira de pneus. Felizmente, os danos mecânicos não foram grandes, mas o choque danificou bastante a parte de fibra do meu Stock Car, que também ficou bem sujo – muito trabalho para a equipe Rsports em pouco tempo disponível (a Classificação ocorreria em apenas 4 horas).

 















Após alguns minutos de bandeira vermelha para resgate do meu carro, a bandeira verde novamente foi agitada para mais 10 minutos de sessão em que, dos boxes, assisti a apenas um piloto me superar – curiosamente, meu principal adversário durante todo o ano passado no Mercedes-Benz Grand Challenge. No grupo 2, nenhum dos pilotos superou minha melhor marca de 1:26.062 (que certamente poderia ser melhor não fosse o acidente) e, assim sendo, por uma diferença mínima de 61 centésimos de segundo, fui o 2º colocado ao fim do último treino livre antes da Classificação.

 
Um esforço muito grande de todos os integrantes da equipe Rsports foi exigido para que o número 88 estivesse em condições de ir para a pista às 12:50, horário previsto para a Classificação – deixo aqui, inclusive, meu agradecimento pelo trabalho árduo de todos esses amigos hoje. Fato é que, apesar de um pouco torto, a equipe foi capaz de montar um Frankstein preparado para fazer uma boa Classificação (vendo a foto é fácil entender o motivo do apelido). Saí para a pista, inicialmente, para uma checagem, assegurar que tudo estava funcionando perfeitamente após o acidente e não havia riscos. Feito isso, parti para minhas voltas rápidas. Em meu primeiro giro, cravei 1:26.490 – tempo bom, mas que pelo nosso desempenho na manhã com pneus velhos certamente poderia ser melhorado consideravelmente. Nas voltas seguintes, entretanto, fui experimentando uma piora exponencial do comportamento do carro e não consegui melhorar em nada meu tempo, que só me garantiu a 8ª colocação no grid de largada para a corrida de amanhã.
 

Felizmente, a equipe Rsports já realizou uma revisão mais detalhada no carro e constatou que o que imaginávamos ser um resquício da batida nos atrapalhando na Classificação foi, na verdade, um azar: durante a sessão, perdi um parafuso que prendia a barra estabilizadora traseira, o que ocasionou o comportamento inesperado e longe do ideal. Assim, fecho o dia com um resultado bem distante do potencial que tínhamos para o dia de hoje e foi comprovado no treino.

Largo amanhã de uma posição atípica, no meio do pelotão. Recentemente, entretanto, tive uma experiência semelhante ao cair da 2ª para a 10ª posição na minha corrida de estréia na categoria e retomar minha posição de origem em poucas voltas. Apesar do traçado mais complicado para ultrapassagens aqui em Santa Cruz do Sul, acredito que, corrigida a deficiência do carro, é possível conquistar um bom resultado amanhã; e lutaremos para que isso aconteça. Precisarei, mais do que nunca, da torcida de todos: amanhã o Portal Terra transmite ao vivo a terceira corrida do campeonato a partir das 9h e, às 14:30, como de costume, o VT completo será transmitido para todo o Brasil em TV aberta pela RedeTV!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

No molhado, começamos bem

 
Contrastando completamente com ontem, quando presenciamos um céu limpo e muito calor, o tempo amanheceu muito fechado hoje aqui em Santa Cruz do Sul. Os ventos fortes característicos da região tornam muito difícil qualquer previsão de tempo e, consequentemente, as previsões das condições de pista que teremos durante nossas atividades.

Nosso primeiro treino livre, única atividade do dia, estava previsto para o fim da tarde, o que possibilitou à equipe Rsports trabalhar com bastante calma na verificação do meu V8. A base do acerto, entretanto, teve que ser decidida a apenas alguns minutos do início da sessão – o céu nublado e as precipitações inconstantes não nos permitiam concluir se ajustaríamos o carro para pista seca ou molhada. Optamos, nos instantes finais, a usar acerto de pista seca.

Outra atividade anterior ao início dos treinos e que certamente teve sua importância foi uma reunião entre eu, meu companheiro de equipe Pedro Boesel, meu chefe de equipe Leandro Romera e um piloto local, um amigo que por vezes foi meu adversário no Mercedes-Benz Grand Challenge e conhece como ninguém o autódromo de Santa Cruz do Sul, Fernando Júnior. Compartilhamos impressões e, no caso deles, algumas de suas experiências, dicas que pude aproveitar enquanto guiava no traçado gaúcho, extremamente técnico.


Como de costume, o treino livre do Campeonato Brasileiro de Turismo foi dividido em dois grupos, sendo que cada piloto da equipe participou de uma das sessões. Dentro da minha equipe, a Rsports, ficou combinado que eu participaria do segundo momento – estratégia que me pareceu muito positiva, uma vez que, logo no início do treino do primeiro grupo, a chuva cessou. Minha expectativa, entretanto, foi contrariada por completo: acabado o treino do grupo 1, que terminou com pista praticamente seca, a chuva voltou com intensidade significativa à região do autódromo e, em poucos minutos, já havia encharcado todo o traçado.

Não demorei para encontrar um bom caminho em meu primeiro contato com a pista de Santa Cruz do Sul e, mesmo não tendo o acerto ideal, consegui aproveitar bem os primeiros minutos de treino, o que foi de extrema importância, já que a chuva forte fazia com que as condições piorassem a cada volta. Dessa maneira, minha melhor marca em 1:43.765 me assegurou o 1º lugar dentre todos os pilotos do meu grupo, 8º lugar levando em conta os tempos do outro grupo, que treinou em melhores condições de pista.

 
Infelizmente o fato de os treinos dos dois grupos terem acontecido em condições diferentes de pista nos deixa sem referência em relação a uma metade do grid, mas ter sido o piloto mais rápido no Grupo 2 foi, sem dúvidas, um excelente resultado levando em conta que se trata do meu primeiro contato com a pista. Amanhã temos mais um treino livre e a Classificação, que define o grid de largada para a corrida única de Domingo. Estou certo de que, em condições iguais, temos potencial para brigar pela pole; e estamos trabalhando para que essa expectativa se concretize. Conto com a torcida de todos!