domingo, 5 de maio de 2013

E a batalha pela vitória virou corrida de recuperação...

Vi, hoje, nas ruas de São Paulo, uma chance clara de vitória escapar das minhas mãos devido a uma punição. A etapa de abertura da temporada 2013, entretanto, foi concluída com um resultado muito importante para o campeonato, excelente quando considerada a dificuldade enfrentada. Vou esclarecer o ocorrido...

Nossa corrida estava programada para as 8:45 da manhã de hoje. Cheguei com bastante antecedência ao Pavilhão do Anhembi, visando trocar informações com a equipe Rsports e verificar se estava tudo em ordem para a corrida, tudo com bastante calma. Levamos o carro bem cedo para a saída do galpão, de onde, segundo informações passadas pela organização da prova, os carros seriam liberados, parando em seguida no Pit Lane. Também nos foi informado que lá seria realizada toda a tradicional cerimônia de abertura, com a presença das Grid Girls e a apresentação das placas de contagem regressiva para o início da prova. Assim, portanto, esperávamos que ocorresse.


Na saída do galpão, minutos antes do início da corrida, ainda dei uma entrevista, encontrei patrocinadores, tirei fotos e todos estes acontecimentos (normais nos momentos anteriores às provas) contribuíram para que eu entrasse na minha C 250 em cima da hora, quando os carros já estavam sendo liberados. Um dos mecânicos, então, ligou o rádio do meu carro e, para nossa desagradável surpresa, a equipe não conseguia me ouvir - teve início, aí, o problema que comprometeu toda minha corrida. Temíamos que, em uma corrida tão longa, o fato de a equipe não me ouvir prejudicasse meu desempenho na prova. Já tínhamos sofrido com um problema semelhante no primeiro treino livre e, naquela ocasião, ele fora motivado por um mal contato no cabo do acionador do microfone. Imaginando todos que o mesmo problema ocorria momentos antes da corrida, começou uma busca desesperada por um novo cabo, enquanto eu já levava meu carro para o Pit Lane.

Estacionei a C 250 Turbo nos Pits, como planejado, e não demorou muito para Leandro Romera lá chegar. Vendo o piloto do Safety Car ainda fora do carro, tivemos a certeza de que a corrida demoraria um pouco para começar e meu chefe de equipe, então, começou a tirar o cabo de forma a providenciar a troca. Enquanto esse processo era executado, entretanto, o Safety Car repentinamente começou a se mover, bem como todos os outros carros da categoria. De forma confusa, começamos a tentar tirar os cabos e, quando conseguimos, todos os carros já haviam partido para a volta de apresentação. Saí por último dos boxes e, naturalmente, ultrapassei os concorrentes de modo a retomar a formação original e largar na 2ª colocação, como determinou a Classificação.


A corrida teve início com uma largada em movimento para evitar problemas no estreito "S do Samba". Fiz boa largada, pressionando o líder, e assim permaneci até o final da primeira volta. Ataques do 3º colocado, naquele momento, me obrigaram a fazer um traçado defensivo e contribuíram para que o líder abrisse vantagem. Estabeleci bom ritmo nas voltas seguintes, me aproximando gradativamente do 1º colocado e abrindo pequena vantagem em relação ao 3º. Foi aí, ainda nas primeiras voltas, que veio a notícia pelo rádio: eu havia sido penalizado e deveria pagar um Drive Thru, que nada mais é do que uma passagem pelo box, a 60km/h (que dura uma eternidade para um piloto no decorrer de uma corrida).

Não demorei para cumprir minha punição e retornei para a pista na 14ª posição. Adotei, a partir desse momento, uma pilotagem agressiva, mais arriscada mas que me possibilitou aproximações e ultrapassagens mais rápidas. Explorando ao máximo o potencial do meu carro a todo momento, fui ganhando posições e, ao retornar da parada obrigatória de 2 minutos - que agora faz parte das regras do Mercedes-Benz Grand Challenge - eu já estava entre os 10 primeiros. Mais algumas ultrapassagens no trecho final da prova e, finalmente, cruzei a linha de chegada na 6ª posição, bem próximo do 5º e do 4º colocados, a 22 segundos do vencedor.
Depois dessa árdua batalha, concluo que embora minha corrida no Anhembi tenha sido comprometida por uma penalização e, assim, não trouxe o resultado esperado, ela seguramente indicou que temos condições de brigar por vitórias e conquistar o título da temporada, que é nosso principal objetivo. Consegui, ao realizar várias ultrapassagens, diminuir bastante o prejuízo que aquela circunstância me proporcionou. Estive entre os mais rápidos no decorrer de todo o fim de semana e tive o melhor ritmo durante grande parte da prova, fato importante e bastante animador. A partir de agora, o plano é me concentrar nos treinos em simulador de modo a chegar com boa base no Autódromo de Curitiba e agilizar o processo de reconhecimento dessa pista, que sediará a 2ª etapa do campeonato.

Nesse longo tempo que antecede a próxima etapa, pretendo fazer algumas postagens aqui. Entre elas certamente estará o vídeo onboard dessa primeira etapa, no Anhembi. Por hora, apenas agradeço pela torcida de todos que me acompanham, pela confiança e apoio por parte dos patrocinadores e, claro, pela dedicação da equipe Rsports, que me entregou em mãos um carro indiscutivelmente competitivo. Agora, vamos rumo a Curitiba, buscar a confirmação do nosso potencial com um excelente resultado e, assim, apagar a má sorte deste fim de semana.


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